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terça-feira, 1 de novembro de 2011

5 fatos curiosos que a física explica

 
A realidade é mais estranha do que a ficção. A frase, apesar de gasta, ainda representa a verdade sobre fenômenos muito curiosos, que acontecem o tempo todo em nossas vidas ou na natureza. Muitas vezes, estamos ocupados demais para perceber ou dedicar a devida atenção a essas ocorrências. Mas há também aqueles que preferem não saber como algumas “mágicas” funcionam.
Em 1666, quando Newton explicou como era possível que o arco-íris existisse e por que tantas cores se mostravam no céu, muitos o acusaram de acabar com a poesia do fenômeno, alegando que o cientista havia reduzido aquele espetáculo natural a uma mera questão de física.
Por outro lado, há também os que acreditam que uma explicação científica torna algo muito mais atraente. O deleite dessas pessoas vai muito além da contemplação de um fenômeno natural: é necessário entendê-lo e saber por que ele ocorre.
Como nerds, geeks e viciados em tecnologia tendem a ser mais curiosos e a terem um apreço maior pela ciência, preparamos para nossos leitores esta lista de fenômenos curiosos e suas explicações. Confira!


Está chovendo sapos e peixes!




Ventos fortes podem causar chuvas de sapos e peixes.

Por mais incrível que pareça, é possível que pequenos animais ou objetos caiam do céu durante uma chuva ou tempestade. Há diversos registros desse tipo de fenômeno, incluindo alguns muito antigos. Mas é claro que não é uma chuva de verdade. Peixes e sapos não podem evaporar para depois caírem sobre nós. Há uma explicação bem mais plausível.
Parece ser consenso entre os cientistas de que as trombas-d’água são as principais causadoras desse fenômeno. Esses tornados, que se formam em terra e avançam sobre o mar, possuem ventos que chegam a 160 km/h. O centro dessas trombas torna-se forte o suficiente para sugar não apenas ar e água, mas também pequenos animais e objetos. Assim, quando os ventos começam a perder a força, esses corpos tendem a cair do céu.
Mas essa não é a única causa. De acordo com as condições climáticas de uma região, o ar pode se movimentar no eixo vertical e, dessa forma, também carregar pequenos animais para as alturas. Essa, provavelmente, foi a causa da chuva de sapos que ocorreu em Iowa, Estados Unidos, no dia 16 de junho de 1882.
E não pense que esse tipo de fenômeno é coisa de tempos antigos. Em fevereiro de 2010, centenas de peixes caíram sobre a pequena cidade de Lajamanu, na Austrália. De acordo com relatos coletados pelo jornal The Daily Mail, os animais ainda estavam vivos quando atingiram o solo e houve até quem agradecesse à natureza por não ter despejado crocodilos em suas cabeças.

Pimenta faz espirrar




A cena é clássica, principalmente em desenhos animados: o personagem aspira ou entra em contato com um pouco de pimenta em pó e, logo em seguida, começa a espirrar. Mas isso também acontece na vida real.
As pimentas, sejam brancas, pretas ou verdes, possuem uma substância química conhecida como piperina. Ao entrar em contato com o nariz, a piperina estimula as terminações nervosas da mucosa interna, causando espirros. É como se o nariz quisesse, de alguma forma, expulsar aquele reagente estranho e, para ele, a única forma de fazer isso é nos fazendo espirrar.

Cereais unidos serão sempre comidos




Quem costuma comer cereais com leite já deve ter percebido que eles possuem a tendência de se agrupar entre si ou se acumular nas bordas da tigela. Esse fenômeno também pode ser percebido em outros casos, como as pequenas bolhas na superfície de um copo com refrigerante. Mas para entender por que isso ocorre, é necessário, antes, compreender três noções básicas de física: impulsão, tensão superficial e efeito menisco.
A impulsão é a força que determina se um objeto na água ou no ar deve flutuar, afundar ou permanecer parado. Esse é o efeito que torna possível um barco navegar ou um balão subir aos céus. Se um objeto é menos denso do que a água ou gás em que se encontra, ele flutua. Caso contrário, afunda.
Já a tensão superficial é uma propriedade que faz com que a superfície da água atue como se se fosse uma pequena membrana, resultando de diversas forças fracas que atuam sobre as moléculas da água. Essas moléculas se atraem umas às outras. Mas como possuem forças iguais, nada acontece. Podemos comparar essa ação à de um “cabo de guerra”, com equipes que puxam na mesma intensidade de ambos os lados.

 Á esquerda (A), um menisco côncavo. À direita (B), menisco convexo.

Imaginando um copo-d’água, podemos dizer que essa competição de cabo de guerra muda um pouco na superfície, em que a água entra em contato com o ar e com a borda do copo. Nessa situação, as moléculas da superfície estão sujeitas a forças diferentes e acabam formando uma curva que os cientistas chamam de menisco.
Essa curva pode ser tanto para cima (convexa) quanto para baixo (côncava). No caso do nosso copo-d’água, a curvatura é côncava, ou seja, ela se assemelha à forma de uma pista de skate (halfpipe).

Enquanto isso, na tigela de cereais...

Com esses conceitos em mente, fica mais fácil entender o que acontece na tigela de cereais. Um floco de cereal faz com que o leite abaixo dele se curve, criando uma pequena depressão na superfície do líquido. Quando um segundo floco é colocado na tigela, cria-se outra depressão e, à medida que esses dois flocos se aproximam, eles “caem” um na depressão do outro, como se estivessem sendo empurrados em direções opostas. Esse fato é conhecido como Efeito Cheerios, batizado dessa forma por causa de uma famosa marca de cereal matinal.
Os flocos que se aproximam da borda da tigela flutuam na inclinação da curva do menisco, fazendo com que pareçam atraídos pela borda. Em ambos os casos, o que define o movimento dos cereais é a geometria da superfície do leite.

O som do trovão




O raio leva apenas alguns milionésimos de segundos para percorrer o trajeto do céu à copa de uma árvore ou ao telhado de uma casa. Em seguida, ouvimos um barulho estrondoso, que muitas vezes dizemos ter sido causado pelo próprio raio. Mas há uma explicação mais precisa para isso.
Quando um raio alcança o solo, uma segunda descarga elétrica sobe do chão até as nuvens, seguindo o mesmo caminho que a energia usou para descer. O calor gerado por esse segundo raio faz com que o ar ao seu redor chegue a uma temperatura de até 27 mil °C. E como tudo acontece muito rápido, o ar não tem tempo de se expandir e acaba se condensando, aumentando sua pressão atmosférica em cerca de 10 a 100 vezes. Esse ar, então, acaba “explodindo” e criando uma onda de choque. É essa rápida expansão do ar que causa o barulho que ouvimos.
Aliás, sabia que você pode estimar a distância a que um raio caiu de você? É muito simples. Ao perceber o clarão de um relâmpago, conte quantos segundos se passam antes de você ouvir o trovão. Cada segundo passado representa cerca de 300 metros. Depois, basta fazer a conta, multiplicando os dois valores.

Cores no céu




Poucos fenômenos naturais chamam tanta a atenção quanto o arco-íris. Algumas variações, como o arco-íris duplo, chegam até mesmo a como ver pessoas ao redor do mundo. Como ser não bastasse, a explicação para esse fenômeno natural está em uma das capas de discos mais famosas do mundo: “The Dark Side of The Moon”, da banda inglesa de rock progressivo Pink Floyd.
Para quem não conhece, a capa mostra um prisma, ou seja, um poliedro de vidro capaz de refratar a luz do sol, isto é, separá-la nos diversos espectros que a compõem. E as gotas de chuva, em um dia ensolarado, funcionam da mesma forma, como se fossem pequenos prismas. São as partículas de umidade da atmosfera que refratam a luz solar e deixam o céu mais colorido.

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